Olhos Amêndoas Doces
Olhos de amêndoas doces
Perdidos a olhar o infinito
Numa face que teima em parecer
A face do Cristo
De onde te encontras distante
Porque nos olhos doces
Não se vê sequer
Pequena chama de fé.
Ou talvez não creias
No que parece igual e normal
Mas não é lógico ou original
Pois o enredo da história
Que parece falsa de tão repetida
Soa mal, não dá pra coadunar
Condenação eterna
Ou o paraíso dos eleitos
Com um Deus de amor
E uma só vida!
Ah se esses olhos amêndoas-doces soubessem
Banhar da mesma doçura o coração
E volver os olhos lindos
Para atender a um sofrido coração
Que malgrado seu, se viu deveras amando,
Apaixonado.
Acontece que olhos de amêndoas
Não viram que era o seu par
Outros olhos verdes cor de folha seca
E quiseram voar para perto do azul
Distante azul
Onde só havia sal e imensas vagas
Onde não havia amor doce
E verde de esperança
Triste sina a do navegador
Que se aventura nas águas profundas
Do querer que não pode ser!
O azul do mar não pode conviver
Com verde da terra
De mar não brota flor
É naufrágio na certa!