Olhos Amêndoas Doces

Olhos de amêndoas doces

Perdidos a olhar o infinito

Numa face que teima em parecer

A face do Cristo

De onde te encontras distante

Porque nos olhos doces

Não se vê sequer

Pequena chama de fé.

Ou talvez não creias

No que parece igual e normal

Mas não é lógico ou original

Pois o enredo da história

Que parece falsa de tão repetida

Soa mal, não dá pra coadunar

Condenação eterna

Ou o paraíso dos eleitos

Com um Deus de amor

E uma só vida!

Ah se esses olhos amêndoas-doces soubessem

Banhar da mesma doçura o coração

E volver os olhos lindos

Para atender a um sofrido coração

Que malgrado seu, se viu deveras amando,

Apaixonado.

Acontece que olhos de amêndoas

Não viram que era o seu par

Outros olhos verdes cor de folha seca

E quiseram voar para perto do azul

Distante azul

Onde só havia sal e imensas vagas

Onde não havia amor doce

E verde de esperança

Triste sina a do navegador

Que se aventura nas águas profundas

Do querer que não pode ser!

O azul do mar não pode conviver

Com verde da terra

De mar não brota flor

É naufrágio na certa!

Joselma de Vasconcelos Mendes
Enviado por Joselma de Vasconcelos Mendes em 22/12/2007
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