Versos
Queria dedicar-te alguns versos,
Que saiba nunca a ti chegariam,
Nem em tua língua estão escritos
Como soprar plumas ao vento.
Queria... ah!
Queria tão pouca coisa,
Bastaria te ver um pouco mais...
Não beijar-te, nem recostar-me em teu colo
Como o leito do rio reclina-se ao solo,
Porque isso é como sonhar com coisas doces
Num sono primaveril de tardes monótonas;
Ou em noites onde todos estivessem fora
E acorda-se leve observando o luar.
Mas meu sonho, levanto-o na noite fria
De estar aí a sós com você,
E falaríamos de viagens e tudo que passamos;
Neste mundo onde andamos tão separados.
E assim seria, veria enfim
Frente a mim, muda e clara
O semblante querido, um dia visto
E que jamais pude de novo encontrar.
Como é bom sonhar, não é mesmo?
Fatos que quem sabe em outro lugar
Sejam alegrias de um mundo só nosso.