Poema Doente...


Tosse.
Espirros.
Rinite.
Rino-sinusite.
Catarro. Secreção.
O corpo que expulsar tudo que não presta.
A alma rejeita tudo que é escuridão e tristeza.

 

Um suspiro
nutre de oxigênio a existência.
Palavras circulam no sangue rebelde
Dentro veias e vielas.

 

Uma gota de orvalho.
Um colírio malvado.
A nos fazer enxergar tudo envolta.
A teia misteriosa de fatos e lendas.
De rugendas a parlendas.

 

O mito vira verdade.
A verdade vira mito. 
A mentira reverbera nas paredes.
Fotografias.

 

Insígnias, medalhas

e a Vênus de Milo.

Erisipela.
Bactéria.
Silêncio. Furúnculo.

Um mamilo.

 

Mas, tudo é vínculo.

Tudo é o elo partido.
É a ponte invisível.
E, o corpo perecendo.

 

Envelhecendo.
Doente, até que a morte
o liberta para o infinito.
E, decreta o alvorecer ...

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 21/08/2023
Código do texto: T7867232
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