SEMEADOR
Para colher o que plantei
só precisei deixar morrer,
eu semeei o árido,
este deserto descampado
que percorre minha alma,
cada semente eu matei
antes que viesse a água,
eu afoguei a enxurrada,
pavimentei as nascentes,
o que me percorre
o solo subconsciente
não basta que me nasça,
eu tenho com perfeição
um ermo nivelado,
sem viva alma ao lado,
onde ando solidão
se paro, me mata!
Diego Duarte dos Santos