Deixa-me.
Deixa-me contar-vos uma história,
Sobre a solidão que me consome,
Em meio a este mar de memórias,
Eu navego sem encontrar um nome.
Deixa-me perder-me na imensidão,
Dos meus pensamentos mais profundos,
Por entre nuvens de solidão,
Procuro abrigo em sonhos jazidos.
Deixa-me mergulhar no silêncio,
Em suspiros vazios e angústias sentidas,
Como um poeta sem seu elucubrar,
Na solidão é onde encontro minhas rimas.
Deixa-me encarar a escuridão,
Sem medo, sem pavor, sem temor,
Enfrentar a solidão por opção,
Transformando-a em verso, em amor.
Deixa-me abraçar-me na solitude,
Como uma velha amiga, fiel confidente,
Pois é na ausência que encontro plenitude,
E percebo que a solidão, também, me compete.
Deixa-me percorrer o caminho,
Da solitude que tanto aflige,
Pois é nessa jornada que me defino,
Em cada passo, cada verso que escrevo.
Deixa-me encontrar-me no vazio,
Na companhia de minhas próprias sombras,
Na solidão encontro um abrigo,
E florescem, em mim, as mais belas palavras.
Deixa-me ser o poeta solitário,
Com versos que transbordam dor e saudade,
Pois é na solidão que encontro o cenário,
Para eternizar minha própria verdade.
Deixa-me navegar nesta solidão,
Com meus versos como único alento,
E assim, nas entrelinhas, encontrar a razão,
Para transformar a solidão em sentimento.