Agora.

Sim, tem coisas que são assim

Simplesmente existem...permanecem

As pessoas fazem coisas absurdas

Antes, pra que mudem...pra depois, que não!

Só mudanças são perenes

Em pequenas porções

O ponteiro rude das horas, ilusão

Dá nome ao que demora, ilude

É assim que elas são

Quase absoluta escuridão

Quietude de floresta

Essa, lá em outro planeta

Vejo ao longe um vulto à beira da fogueira

Triste, lança aos céus uma oração

Hoje, porém, me parece que não mais a escuta

E o silêncio, em vão, pergunta

Qual motivo a traria à razão

Pra que fosse, então, de outra forma

Veja as coisas absurdas que elas fazem

Consigo mesmas...de suas vidas

Veja as sombras à deriva

Se agarrando ao que flutue ainda

Lançando aos céus preces sentidas

Sim, tem coisas que são assim

Sereno de espaço

Vejo pássaros exaustos

Num cansaço isento de ternuras

Buscando equilibrar-se em velhos ventos

Esses, já não sopram igual a antes

Nem lhes reconhecem, vem e vão

Nem raízes, sem promessas esquecidas

Veja as coisas absurdas

Que fizeram das suas vidas

E o que antes era assim todo dia

Agora olha em seus olhos

E lhes diz, enfim, que não.

Edson Ricardo Paiva.