154°
O poeta começou a peregrinar
Sentiu a loucura tocar-lhe o corpo
E partiu rumo a qualquer lugar
Ele acredita que para ser poeta
A loucura precisa andar do lado
O poeta passou a noite na estrada
Observando os automóveis
A pressa que as pessoas carregam
No ir e vir das banalidades
Ele foi caminhando pelo acostamento
Sendo acolhido por seus pensamentos
Lembranças que ele precisa esquecer
Dores que ele precisa superar
E amores que se perderam no entardecer
O poeta resolveu sair por ai
Desligou o celular e parou o relógio
A pressa não é mais sua amiga
Ele não quer viver de pressa
O poeta quer aproveitar a vida.
Otreblig Solrac - O poeta burro