Luz, poética leveza.

Um feixe de luz

Atravessa uma fresta

Fino raio de sol

Descortina fumaça

A poeira de giz

Uma festa bonita, suspensa

Partículas sem vida à vista

Muita coisa eu vi no mundo

Quase nada tanto assim

Poético, profundo

Ou então

Que leve a mente flutuar

Numa bolha de sabão

Fragrâncias, perfumes

Costumes de infância

Perdidos no tempo

Dizem mais

Que lembranças em palavras

Trazem leves alegrias

Coisas quais não vividas

Diferentes da infâmia

Que figuram na lista

Dessas coisas vãs que vi no mundo

Que levaram os leves dias

Penso

Chega a ser engraçado

Essa coisa que ficou perdida

Em algum triste lugar

Simplesmente elas, por serem

Leves e bonitas, coloridas, flutuantes

Tenho mesmo a impressão

Tê-las visto distantes

Mesmo antes de eu ouvir dizer, um dia

De existência das estrelas

Pode ser também que eu não tivesse

A malícia de enxergar-lhes diferenças

Tão feliz facilidade, na beleza de viver

Mas a gente se deixou levar

O mundo carregou toda delícia

E qualquer leveza que na alma havia.

Edson Ricardo Paiva.