INABITÁVEL POESIA

Aqui, quase nada me

pertence.

Do beiral da janela,

vejo um mundo tão

velho, nascendo todos

os dias.

As minhas unhas enraizadas

na carne e a minha alma

plantada no céu.

Aqui, quase nada canta,

nem dança...

Pela janela, as folhas

acompanham o balé dos

meus olhos, não são elas

à dançar.

Respiro e inspiro embaçando

a vidraça, quase me esqueço

que a vida passa, aqui dentro.

Aqui, quase nada chove nem

se eterniza.

Preciso da brisa leve e inocente

que vem do hálito das coisas

puras e duradouras.

Talvez, eu nem saiba mais

escorrer pela janela...

Vou ficar por aqui.

LuciAne

21:12

Luciane Lopes
Enviado por Luciane Lopes em 16/12/2007
Código do texto: T781170
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.