R.E.M.

⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀ ⠀ A Mauro Gouvêa

Este vento noturno e/ou

Esta brisa notável que

Balança as velas

Deste barco,

Torna corruptível

E frágil

O coração que carrega.

Sentado no posto

Com o frio indelével,

Reflete o escapulário

No espelho

E as mesmas visões

De trajeto.

A solidão pondera

O barulho sutil dos trovões

E da brisa leve e silente

De uma chuva que se espera,

Enquanto o suor se manifesta.

Esta rua que trafego

Todas as noites

Tem espionado minhas

Fraquezas

E o meu medo de encarar

De frente a realidade

Íntima e última.

Parece que esta caixa

Que bate frequentemente

Dentro do meu peito

Não sente,

Há um bom tempo,

A vista, o redor e o perfume

Das flores.

No momento,

A fé indecisa

Traduz os cenários

Recônditos, repetitivos e glaciais

Desta quimera.

Acorda o dia.

Neste círculo precipitado,

Alguns segundos depois

Escuta-se a chuva

Lá fora.

Adriano Vox
Enviado por Adriano Vox em 01/06/2023
Reeditado em 29/07/2023
Código do texto: T7802654
Classificação de conteúdo: seguro
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