R.E.M.
⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀ ⠀ A Mauro Gouvêa
Este vento noturno e/ou
Esta brisa notável que
Balança as velas
Deste barco,
Torna corruptível
E frágil
O coração que carrega.
Sentado no posto
Com o frio indelével,
Reflete o escapulário
No espelho
E as mesmas visões
De trajeto.
A solidão pondera
O barulho sutil dos trovões
E da brisa leve e silente
De uma chuva que se espera,
Enquanto o suor se manifesta.
Esta rua que trafego
Todas as noites
Tem espionado minhas
Fraquezas
E o meu medo de encarar
De frente a realidade
Íntima e última.
Parece que esta caixa
Que bate frequentemente
Dentro do meu peito
Não sente,
Há um bom tempo,
A vista, o redor e o perfume
Das flores.
No momento,
A fé indecisa
Traduz os cenários
Recônditos, repetitivos e glaciais
Desta quimera.
Acorda o dia.
Neste círculo precipitado,
Alguns segundos depois
Escuta-se a chuva
Lá fora.