Doer não precisa.

Um dia, de repente

Em meio a tantas estradas

Veio um sonho, veio a vida

Um vento a bater no teu rosto

Nesse dia, uma batida estranha

Uma voz desconhecida

Um gosto diferente

E tudo se renova

Até mesmo a próxima montanha a ser movida

Parece ser mais leve agora

O cansaço aparente das mãos

Não revela as dores escondidas

Há coisas que jamais se vê, precisam ser vividas

E guardadas na lembrança

Doer não precisa

Os prantos de outros dias

Foram se deixar, ficando no passado

Quando um dia, de repente

Em meio a tantas estradas

Nada mais me causa medo e nem saudade

Açoita, abala

A quem lhes oferece

Ouvidos que lhe escutem

O vento a bater no rosto

Um resto bom de tarde

O sol veio

A paisagem estava lá, presente

O que não veio não faz mal

Agora não faz mais

Coração com a paz de um início

A vida passou depressa

A noite caminhou por essa estrada

Chegou, com hora marcada a iniciar

E a vida te aceita e te diz:

Que tudo mais se ajeita

Cada estrela em seu lugar

No céu da noite

Perfeita...

É assim que ela é.

Edson Ricardo Paiva.