Todos os homens.

 

Todos os homens

que abrem as pernas

e abrem as bocas

 

E cantam Funk’s

e decoram trovas

de dor…

 

Todos os homens

todos operários e CEO’s

Todos “os automóveis

parecem voar…”

 

Todos que despertam

Todos que dormem…

Todos do bem e do mal.

 

Todos os homens

que abrem armazéns

e esmurram máquinas

de calcular

 

… afim de evitar

esmurrar todos em

volta, inclusive a si

e ainda assim…

 

 

Todos os homens

que fotografam a vida

e buscam o auge do sexo

soberba e sucesso.

 

… embora o sucesso

esteja há passos passados

há anos de retrocesso.

 

Todos os homens

que não cansam

de ser… menininhos.

 

E também aqueles caras

que cresceram cedo demais.

 

Todos os homens

que abraçaram a sarjeta

 

um com pinga

um com água

um prato de almoço

 

Todos os homens

que amarram os cadarços

dos filhos em filas de supermercado

 

… e os que amarraram

cordas em seus pescoços.

 

Todos os dignos e indignos

assim como todos os

indignados.

 

Todos os escritores

que vos falam e que

vos gritam e vos calam.

 

Todos os furiosos

todos os calmos.

 

Todos os homens

daqueles curiosos templos

onde os homens são os pastores

e as plateias são suas mulheres.

 

Todos os homens

arando o solo, garimpando

a terra, a água doce, o ar

e o mar, em busca de todo

 

esse amor

que nem sabem

dar.

 

Henrique Britto
Enviado por Henrique Britto em 21/05/2023
Código do texto: T7793929
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