Todos os homens.
Todos os homens
que abrem as pernas
e abrem as bocas
E cantam Funk’s
e decoram trovas
de dor…
Todos os homens
todos operários e CEO’s
Todos “os automóveis
parecem voar…”
Todos que despertam
Todos que dormem…
Todos do bem e do mal.
Todos os homens
que abrem armazéns
e esmurram máquinas
de calcular
… afim de evitar
esmurrar todos em
volta, inclusive a si
e ainda assim…
Todos os homens
que fotografam a vida
e buscam o auge do sexo
soberba e sucesso.
… embora o sucesso
esteja há passos passados
há anos de retrocesso.
Todos os homens
que não cansam
de ser… menininhos.
E também aqueles caras
que cresceram cedo demais.
Todos os homens
que abraçaram a sarjeta
um com pinga
um com água
um prato de almoço
Todos os homens
que amarram os cadarços
dos filhos em filas de supermercado
… e os que amarraram
cordas em seus pescoços.
Todos os dignos e indignos
assim como todos os
indignados.
Todos os escritores
que vos falam e que
vos gritam e vos calam.
Todos os furiosos
todos os calmos.
Todos os homens
daqueles curiosos templos
onde os homens são os pastores
e as plateias são suas mulheres.
Todos os homens
arando o solo, garimpando
a terra, a água doce, o ar
e o mar, em busca de todo
esse amor
que nem sabem
dar.