PÁSSARO FERIDO
E nem todas estrelas
Agora brilham no céu
Mimetizando centelha
E o exaurido menestrel
Compele o tule negro
Macula a tênue seda anil
Deglute a sombra do medo
De uma velha alcova que ruiu
Cabe ao justo a parte
Que não é do quinhão
Pois o silêncio covarde
Ecoa em sua obrigação
O sentimento de culpa
Agora estampa o rótulo
Extirpando a norma culta
Deveras o álbum póstumo
O transe da hipnose
A modorrar pelo fastio
E o pensamento se contorce
Sem ter o seu propósito ardil
Ao bólido flamejante
A presunção do pedido
Pois a lua é dos amantes
Enquanto eu ... pássaro ferido