Solidão
A mobília da casa observa o espaço vazio.
A única companhia em noites de solidão.
O silêncio é por vezes um ruído profundo.
A simetria dos cantos vazios
é a geometria da ausência.
A mesa, o sofá,o quadro na parede,
Estão mudos !
Não dizem nada.
São corpos sem alma
em uma imobilidade sem fim.
Sem peso.
Sem brilho.
De uma opacidade sombria
a preencher de solidão
o tempo e o espaço.
Da mobília da casa, a escrivaninha,
a companhia possível.
Sobre ela, a poesia talhada
em palavras e versos assimétricos,
oferece forma e cor à solidão.