Sextina Sentimental
Aspiro à inspiração e então suspiro
No mais recôndito e íntimo silêncio...
Feito um monge em longínquo santuário
Sozinho estou com minha solitude...
Perante a dor, tristeza e sofrimento
Não me mostro jamais sentimental...
E eu nunca fora alguém sentimental
Nem por ninguém respiro ou lhe suspiro
Tampouco compartilho o sofrimento...
Permaneço impassível e em silêncio
Em companhia à minha solitude
Reflito sobre mim no santuário...
Não há reflexos neste santuário
De um homem que já foi sentimental...
Encontro-me em completa solitude
Diante da paisagem que suspiro...
Medito a aura e através do áureo silêncio
Respiro a paz e expiro o sofrimento...
Neste ricto eu transpiro o sofrimento
E expulso todo o mal no santuário
De espíritos que habitam no silêncio...
A alta obliteração sentimental
Que o iluminado mantra o qual suspiro
Permite-me a estar pleno em solitude...
Elimino através da solitude
A origem vil de todo o sofrimento...
Invoco a excomunhão quando eu suspiro
D’alma o espiritual do santuário...
Neutro elemento não sentimental
Retorna novamente no silêncio...
Não há phantasmas d’outrem no silêncio
Nem nada além de mim na solitude
Pois ninguém nunca foi sentimental...
O outro e o próximo são-me o sofrimento
Que não mais estarão no santuário
Nem mesmo no meu último suspiro...
N’atmosfera o suspiro de silêncio...
Cinzas num santuário em solitude...
Um sofrimento em pós sentimental...
(Bhrunovsky Lendarious)