Meu ódio
Meu ódio
Vou engolir todo o meu ódio
E ruminá-lo não em meu estômago
Mas calmamente nas veias do meu coração
Até que possa sentir em minha boca
Uma mistura biliosa, um amargo féliatico
Então passarei a noite
Deitado sobre o luar
Coberto pelo sereno
Divagando, mastigando
Os efeitos das marés na vida do podre
E vomitarei, ao amanhecer,
O silêncio, a dor, o frio
E o pus que escorre do meu ser
Deixarei nas folhas de papel
Formando palavras
Que eu entrego pra você