Meu ódio

Meu ódio

Vou engolir todo o meu ódio

E ruminá-lo não em meu estômago

Mas calmamente nas veias do meu coração

Até que possa sentir em minha boca

Uma mistura biliosa, um amargo féliatico

Então passarei a noite

Deitado sobre o luar

Coberto pelo sereno

Divagando, mastigando

Os efeitos das marés na vida do podre

E vomitarei, ao amanhecer,

O silêncio, a dor, o frio

E o pus que escorre do meu ser

Deixarei nas folhas de papel

Formando palavras

Que eu entrego pra você

Hugo Deff
Enviado por Hugo Deff em 17/02/2023
Código do texto: T7721277
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