EU SOU O SILÊNCIO
Eu não sou somente o silêncio,
Que ecoa entre os gritos de desespero e amargura
Nem tão pouco trago cura, nem mesmo leniência,
Cada dor tem seu ardor, e sua brandura.
Não trago comigo lágrimas amórficas
Mesmo quando o silêncio ecoa na imensidão
Deixo de lado os planos, os sonhos, a ilusão
Para recolher as sobras, nas sombras da solidão.
Vez ou outra, deixo escapar um sorriso,
Quando sento-me à sombra de minhas paixões,
Relembrando os momentos de pura ilusão,
Nos devaneios loucos de meu coração.
De repente, toda balbúrdia louca da vida retorna,
E os pensamentos, como numa torre de babel,
Se entrelaçam, se confundem, e se atropelam,
Volto então à realidade e ao silêncio, e me calo na escuridão.