Poema - Paranóias
Preso a um velho reflexo
Reflito um conhecido passado
Um confidente, alguém há tempos escondido em panos sujos, alguém que tudo transpassa, tudo penetra
Ideias sobre o que sou e incertezas do que tenho, nele tudo escondo, tudo exponho
Encontrei o real, porém, doentio eu
O que me expressa são minhas bagagens
Um amontoado de bagagens
Elas que tudo portam e suportam
A precipícios, em tais extremos
Aloco a tudo interno
Desejos que queimam
Desatadas águas contidas
O sonho de viver a morrer
Fui muitos, fui tantas tentativas
À mistura de ideias torpes e consequências, que iam e vinham no vento
Ao vinho suave e azedo vinagre, um dia apresentável, outro detestável
A mente cheia e corpo rígido
O coração caloroso porém quebrado
Mas pensar muito, consome, chateia
Transborda, transborda sem contenções
Muito além do que posso levar
Já não sei o que farei da próxima vez...
Por isso, sorrio!
Sorrio a poucos, sorrio a muitos
Não sei a quem, apenas sorrio
Com sorrisos falsos e desajeitados
Um rotineiro ciclo
Assim veio o cansaço, chega de tantos sorrisos, estou exausto
não sei de quê, talvez da vida, talvez de mim
Enfim, farto de tantos questionamentos, dos antigos cumprimentos
Tenham fé em mim
Não desacreditem se digo que estou bem
Tudo está a um degrau, um parapeito
Num piscar, uma pergunta, e de Marte nasceriam mares
Com impulsos e vontades diárias, cedo mas, somente, ao sono
A sua espera me escondo em versos
O equilíbrio para os dias podres