Adeus
Me aquece com o frio do inverno,
Meu cobertor é a lembrança,
Tem coisas e pessoas,
Que mesmo tão longe,
Carregamos tão perto.
Nunca só,
No mais solitário deserto,
Vozes me falam,
Silêncio se cala,
Mente é fonte,
Se espalha em solo fértil.
Eu,
Pobre mortal,
Jurei amor eterno,
Leal a meus valores,
Busco esconder as dores,
Carrego tristezas fantasiadas de sorrisos,
Alusão ao céu,
Em pleno inferno.
Finjo,
Resisto,
Não consigo,
Me diga,
E agora?
O que fazer com isso?
A igreja,
Estática,
Nos sábados,
Aguarda a última oração.
Lá fora desejo o pecado,
Antes,
Pedia o perdão.
Durante a semana,
A Escola.
Esperava no portão,
E dedos entrelaçados,
A caminho de sua casa,
Se amavam,
Eram mãos em conexão.
Réu confesso,
Escolhi a prisão,
Joguei fora as chaves,
Aceitei a condição,.
Parece que o tempo não passa,
E sonho em te ver chegar,
Lágrimas rolam,
Mas é tudo em vão,
A distância afasta,
Qualquer ilusão,
É difícil ter que aceitar.
Quero que o relógio ande em contramão,
Pra voltar o tempo,
E te pedir perdão,
E dizer que não vou me afastar.
Mas o sino toca,
Sinto a dor da badalada,
E me vejo ali,
Ao lado da igreja,
Esperando a namorada,
De olhos abertos não consigo ver mais nada,
E rogo a Deus.
E por tanto tempo,
Tenha errado o caminho,
Andei sozinho,
Por entre flores e espinhos,
E agora não consigo dizer nada,
Nem dizer adeus.