Vorazmente Solitude
A solidão voando acima das planícies
Visou a chaga do meu pobre coração;
E qual abutre sob a luz das imundícies
Pousou as garras neste hórrido porão!
E desde então eu me tornei um santuário
De uma triste e enlutada aclamação;
Onde meu peito como um turibulário
Evola preces pelo céu da Danação !
Expio a treva obumbrar o meu destino!
Eclipsado numa eterna escuridão;
A esperança dos meus tempos de menino!
É um cadáver ofertado à podridão !
A Soturnice Solitária que me habita
Se abre toda à maneira de um pavão!
E a largos passos, furiosa e inaudita
Calca m'alma sem nenhuma compaixão!