Ignota

Atravessa a sobrevivência, tal sobrevida

Me inunda de intermináveis hipóteses

Canta a agonia com lábios em meu estômago

Traga qualquer véspera do perfume de flores salgadas

Cada vez mais, sou perpetuado em sonhos irreais

Outra vez testo as fronteiras de seu espírito

Desejo e risco convoco tua silhueta no silêncio

E espero, a traição por cima da promessa

Os nós cegos da garganta escorrem

Para os particípios do estômago

Para as participantes das virilhas

Eis um espetáculo itinerante

A corda e o truque no teu busto

Petrifica-se ao próprio espelho

Tu mesmo és uma visão de Medusa

Amedrontado com permissões

Abandono perpetuado em meus olhos

Minha pele crê na eterna desistência

Atrelada aos cacos de vitrais

Rivalizando uma beleza especulativa

Meus dedos são serpentes no Éden

Repentinamente substâncias

Escorridas de maçãs velhas

Associando pulsões com lanças de vidro

Ressoa meu reino hipotético

Escrito em barro, celebrado costume

A costura que nos uiva em papel

Meu ser implode tua verborragia

Aqui, o fogo que se consome

É uma canção imponente

Nunca seria a mesma melodia

Aqui, o sangue é maestro de tudo que se imagina

Pierrot Ruivo
Enviado por Pierrot Ruivo em 02/01/2023
Código do texto: T7685430
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