Ignota
Atravessa a sobrevivência, tal sobrevida
Me inunda de intermináveis hipóteses
Canta a agonia com lábios em meu estômago
Traga qualquer véspera do perfume de flores salgadas
Cada vez mais, sou perpetuado em sonhos irreais
Outra vez testo as fronteiras de seu espírito
Desejo e risco convoco tua silhueta no silêncio
E espero, a traição por cima da promessa
Os nós cegos da garganta escorrem
Para os particípios do estômago
Para as participantes das virilhas
Eis um espetáculo itinerante
A corda e o truque no teu busto
Petrifica-se ao próprio espelho
Tu mesmo és uma visão de Medusa
Amedrontado com permissões
Abandono perpetuado em meus olhos
Minha pele crê na eterna desistência
Atrelada aos cacos de vitrais
Rivalizando uma beleza especulativa
Meus dedos são serpentes no Éden
Repentinamente substâncias
Escorridas de maçãs velhas
Associando pulsões com lanças de vidro
Ressoa meu reino hipotético
Escrito em barro, celebrado costume
A costura que nos uiva em papel
Meu ser implode tua verborragia
Aqui, o fogo que se consome
É uma canção imponente
Nunca seria a mesma melodia
Aqui, o sangue é maestro de tudo que se imagina