Vou por aí
Ando por entre pedras e espinhos
de veredas alheias
trazendo a carne nua e devassa
como se tirando as calças
pudesse eu esconder meus calos
e distrair os alvos
e setar-me apaixonado
por entre desejos,
sob medos
mas sobre uma grande vontade!
Trago comigo n’alma
os ouriços do sangue
e as distâncias perversas
que, sem os alardes das festas,
tecem prantos,
causam espantos,
pecam e rezam.
Ando por onde não anda ninguém
e ninguém sabe...