Poema escrito por Johnny O'neal
O poema apresentado abaixo mostra como a solidão depois de perto tudo de um jovem ainda com ideias imaturas sofreu. O personagem chama-se Johnny O'neal, jovem do século 19 que depois de perder seus pais e pequena irmã por uma grande pertinência na época, cresceu com essa grande mágoa implícita em seus versos.
Pedido estou em um labirinto
Com muros altos de uma relva verde
E as pétalas de rosas descansam no chão
E todo o mundo parece ter sido congelado
O azul do céu tornava-se escuro aos poucos
Os meus olhos lacrimejavam ainda magoados
Do sentimento perdido para sempre
Em um caminho que cruza um temporal chuvoso
O cravo já é entoado em notas graves
Um tom melancólico sobre a minha vida
E ainda me dói o poema esquecido
Perto da lareira em chamas vermelhas
Quem imaginou a angústia? Quem a pintou?
Perdoe-me se duvido da capacidade do pintor!
Mas o quadro da tristeza torna-se real para mim
Em cores tão aprisionadas pela escuridão, jazem assim [...]
O mundo esquecido por sua divindade e amor
Tão só ao tempo perdido por quem não o viveu
E em livros, com páginas alvas, a história não escrevida
Pois o protagonista está ausente de sua narrativa
Talvez não aparentava o desânimo em sua mente
E pertubava-se ainda em um sonho longínquo
Perto das colinas nevoentas de um sol enegrecido
E o rosto, jovem, padecia sobre um outro face que morria
A eterna ilusão de um cor não inventada
Uma perpétua mágoa invisível aos olhos virgens
Manchada ao branco do lençol que refugiava verdades
E ainda cobria com um véu todo o meu gélido peito
Deixou assim escrito parte de um sorriso esmaecido
E perdido entre as linhas de um conto incompleto
Inconfessável e incontrolável amor lânguido
Pois mais uma vez perdi, talvez, o gosto da vida
Como um vivo ébano que cai sobre os olhos cansados
Mancha o peito aberto de um sentimento imaterial
E cansado jaz perto do fim de uma estrada inacabada
E buscou no fim o alívio soturnal da prisão sentimental.