PINGOS DE CHUVA

Ouço os pingos da chuva

Olho para a vidraça da janela

Observo água escorrendo,

Formando figuras, traços, retas.

Escuto o tic-tac do relógio

Uma música distante

O silêncio. Que silêncio infernal!!!

Vou à janela e observo os transeuntes,

Os tons dos guarda-chuvas,

A água deslizando no asfalto,

Uma criança que toma banho.

Uma ambulância passa com seu apito ensurdecedor

Pedindo passagem, tentando socorrer uma vida,

Ou pela pressa de chegar ao seu destino.

O trânsito está lento.

Concentro-me no tic-tac enquanto espero o som da campainha

Anunciando sua chegada.

Nada!

Nem um telefonema avisando que não vem.

Cadê você... Cadê você?

Escurece. Desanimo.

É tarde e o sono domina-me

Eu estou só, sem você. Completamente só!