Esperava um vento tranquilo que afagasse os cabelos levemente e devolvesse o ar perdido.
Tempestades destroem cidades inteiras.
No interior, guardava a sensação de frio na barriga, borboletas no estômago, violetas na janela...
Os sonhos adormecidos foram acordados pelo grito interrompido com um olhar de recriminação: ilusão só tem registro de entrada, traz face da identidade.
E como se não coubesse o sentir, recusou visita.
Portas fechadas, janelas cerradas, cortinas abertas.
Lamentou as escolhas. Não são elas as vilãs?
Viu-se vulnerável: solidão faz sabatina com os sentimentos...
E duram.
Duram o tempo que define o descontrole.
Diante dele, do impulso que o crava, a dor parece encontrar aconchego, se ajeita.
Tranquila, por já ter morada, não faz questão de despedidas.
Apropriando-se das emoções, as sequestra.
E o vento, agora leve, não consegue afastar o perigo:
cadeira vazia num mudo caos.
Solidão tem pés, mas não anda sozinha...