Mil opostos

Quantas mil mortes morrerei

para enfim chegar a mim?

Quantos caminhos ainda percorrerei?

para chegar ao fim?

Para encontrar a mim mesmo

E em tão sublime instante, encontrar a paz?

Para não viver mais a gigantescos opostos

Em intensas divisões, e extremas maldições.

Quando serei apenas eu mesmo e ninguém mais?

Até quando Deus,

Sentirei tal ser se apoderando de minhas ações

Cometendo transgressões mil

Fazendo-me prantear

E clamar com a mais alta voz :Perdão!

Oh! Condição maldita que me encontro!

Condição vazia e fútil

Solitária, estranha, sem propósito,

Arredia!

Serei mesmo eu assim?

Deus permita que não

Quantos eus ainda habitarão meu ser?

E farão uso de meu corpo

para propósito vão?

usarão esse corpo que já não sinto

E minhas débeis emoções para nada?

Quantos eus ainda descobrirei?

De quantos farei uso

Quantos emagar-me-ão por completo

Para que eu reviva

Sem saber o motivo de aqui estar

A quantos ainda odiarei

Para que eu realmente

ame

Aquele que desejo ser?