ódio.

Linha nua,

Através da ilusão.

Mata-me de pele crua.

E eu grito sem noção.

Do que se passa na madrugada.

Ama-me ódio.

Finge que me amas,

E mesmo sem nada,

Sem ópio.

Sem chamas.

Grita muda.

Tu solidão.

Senhora da tristeza.

Estende-me a mão.

E sem ter certeza.

Eu flutuo.

E tu no chão.

Eu amuo.

E tu sem razão.

Choras e reclamas.

E dizes que me amas.

Sol ao longe.

Lua aqui tão perto.

Tempo corre ou foge.

Mas não te escondas no deserto.

Eu sigo-te nas esquinas do azar.

Pago-te hotéis para lá ficar.

Contigo a dormir,

Quero te sentir.

Mas não me mintas,

Nem com palavras de prata.

Apenas quero que sintas.

Que a dor nunca mata.

Apenas faz sofrer.

E por vezes renascer.

De amor.

Ou da própria dor.