EU, POETA.
Este ser que escorre
Decadente
É fonte de poesia transeunte
Visceral e conturbada
Reluzente
De um útero dilacerado
Minhas faces tantas desnudadas
À mostra, a vista, em prantos
De um riso, de um canto, de uma rima repleta de escombros
Esgotos e sombras
Por vezes é caminho e perdição
Esta torrente é vasta, é vista é voz é voraz
Eu, poema e poesia
Eu, mar, margem e maresia
O que se esvai é já outrora
O que se descreve, se exprime
É um ateu que com fé recriando um outro Deus
Conhecido por poucos...