EU, POETA.

Este ser que escorre

Decadente

É fonte de poesia transeunte

Visceral e conturbada

Reluzente

De um útero dilacerado

Minhas faces tantas desnudadas

À mostra, a vista, em prantos

De um riso, de um canto, de uma rima repleta de escombros

Esgotos e sombras

Por vezes é caminho e perdição

Esta torrente é vasta, é vista é voz é voraz

Eu, poema e poesia

Eu, mar, margem e maresia

O que se esvai é já outrora

O que se descreve, se exprime

É um ateu que com fé recriando um outro Deus

Conhecido por poucos...

Maria Mariane
Enviado por Maria Mariane em 16/11/2022
Código do texto: T7651296
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