Não quero que a lua me olhe
Não quero ficar sozinho com essa lua me fitando,
Ela é de tantos e eu preciso de uma apenas,
Um coração precioso e amoroso para tirar-me dessa solidão.
Ao longe escuto a delicadeza sonora de uma harpa,
Me seguro para não chorar e voar com a preciosa melodia,
Antiga amada de meus versos me encantava com o purificar
Gracioso e reluzente duma harpa angelical.
Não posso escutar a voz lírica de minha alma,
Meus ouvidos dedicados ao som do belo entorpecem-se.
Reflito em madrugadas gentis e finas de invernos e lágrimas.
Minha arma é a folha rupestre de cada página sagrada
De meus versos primorosos e etéreos.
Não quero andar nesta escuridão sozinho,
As aragens nubladas e perfumadas da noite gelam
Minha alma em busca de ternura e sonhos.