Meus poemas eram escritos
Com dedos de criança,
Letras que vinham à cabeça
Fuídas do coração.
Açucaradas ou não,
Tudo era só poesia,
Nos não-limites do sonho
E da fantasia...
Há coisa mais pueril,
Lúdica e infante
Que brincar
Com o silêncio displicente?
Entre fugas, recuos e avanços,
Tudo é nada ou potência...
Até que um dia uma voz
Inquisidora invadiu meu ser
E meu espaço:
O que escreves tu?
Para quem transbordas?
Oh, Deus, Deus meu!
Meu campo simbólico
Foi expropriado!
Meu campo santo
Tornou-se pântano!