A FOLHA E A BOLHA

À minha frente uma folha,

Dentro de mim uma bolha,

Quase prestes a explodir;

Nos olhos um gélido sereno,

Na língua um gosto de veneno,

E, um esforço pra sorrir.

Ao lado da folha a caneta,

Meu amparo de poeta,

E o meu corpo doído…

Tento alcançar a folha,

Mas, sinto arder a bolha,

Em meu coração ferido.

Mas, é tarde. Explode a bolha…

E, eu…sem caneta, sem folha,

E, na boca, um gosto de fel;

O olhar em nuvens já imerso,

Na mente rimas e versos,

Dum poema que não existirá no papel.

Amarildo José de Porangaba
Enviado por Amarildo José de Porangaba em 29/10/2022
Código do texto: T7638727
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