A FOLHA E A BOLHA
À minha frente uma folha,
Dentro de mim uma bolha,
Quase prestes a explodir;
Nos olhos um gélido sereno,
Na língua um gosto de veneno,
E, um esforço pra sorrir.
Ao lado da folha a caneta,
Meu amparo de poeta,
E o meu corpo doído…
Tento alcançar a folha,
Mas, sinto arder a bolha,
Em meu coração ferido.
Mas, é tarde. Explode a bolha…
E, eu…sem caneta, sem folha,
E, na boca, um gosto de fel;
O olhar em nuvens já imerso,
Na mente rimas e versos,
Dum poema que não existirá no papel.