O grito

O grito

grito..........o grito........um grito

vindo de longe, da ponte no oriente,

ao norte do acidente, acima da linha equatoriana,

de dentro pra fora, ouve-se um estúpido grito em forma de gemido,

horizontes em decomposição,

cores sombrias, abudante penumbra, persistente na

expressão única,

trazinda por rajadas de ventos cruzantes, em movimentos desnorteantes.

um solitário personagem principal, em forma de dor, abandonado em si mesmo,

de onde vem, alguém pode questionar, sem testemunha ocular, o grito vem, ele chegou em redemoinhos pairando no ar, como um Apocalipse, mãos tremulas, agressão sem pudor,

cabeça em prensa, em torno de descompasso, espremida em deformação, maxilar em limite angular ele vem, semi-surreal,

quem questiona o autor?

obra prima peculiar, atração aos olhos alheios,

em outro quadrante, dois suspeitos de preto, a observar, grito gritado por alguém, sem passado e futuro, a atravessar aquele lugar?

o grito dos mortos, sem som, angústia, sem paladar, com palidez, muito longe, penumbras de algo incompreensivel a olho nu, a nudez do próprio grito, desnudando o imaginário dos excluidos.

olho, corpo, alma sem vida.

Um grito