Sinal

Por mais que eu faça ou diga,

Não conheço a letra por inteiro.

Saio tropeçando no cantar da vida,

Fazendo-me na terra forasteiro.

Esqueço as ações e atitudes,

Centrado em minha calmaria.

Louco das inquietudes,

Dentro do sorriso que jazia.

Jogado no sofá do canto,

Junto à poeira e mofo,

Sou invadido pelo pranto,

E de assalto, o desgosto.

De opinião irrelevante,

Não tenho mais voz ativa.

Presença não mais marcante,

Feito pessoa esquecida.

Poros que não mais exalam,

O interesse de outrora.

Que diante disso se calam,

E calados seguem e choram.

Até o dia final,

Até tudo se acabar.

Esperando da vida o sinal,

Esperando a luz se apagar.