Amor e não existência
Trago a memória a dor
a esfinge da variante
sofrência do desespero
e ruinas do desamor.
Amar o que não existe
amar o ideal do amor
amar apenas um sentimento
de dor e de querer.
Pessoas mascaradas nas redes sociais
descompromissadas com seus ideais
desespero do dia que não acaba jamais
ramalho e doentes de sofrer.
Rodeados de desejos e inquietudes
momentâneos quereres e desajustados
medos de mentir para mim mesmo na
patética e rara aurora do dizer.
Condicionantes de amar um qualquer
de amar o fim da solitude de querer
rezar, de querer desafiar a luxúria
os perdidos sonhos de uma noite.
Rojos e roxos de tanto se perder
de não se achar, de não saber o
que dizer, o que esperar de qualquer
lugar e de apenas esquecer de tudo.
Hoje em dia é assim, de chorar sem
lacrimejar, de rir, sem gargalhar, de ir
sem voltar, de cantar sem subir o tom
de dizer o que não era para ser.
O sonho de ser apenas um viajante
de uma jornada que não acaba, de
uma fantasia desgramada, desatinada
de dias e duas noites sem fim.