ANDARILHO

Nos trilhos, vagões,

pessoas distantes,

presentes na ausência do nada

sentindo a vida escorrendo sem palavras

e tua palavra correndo como sangue

nas veias em ebulição.

No turbilhão de mentes vazias

dementes seres aleatórios

caminham, silenciosas vozes.

Etéreo visgo no solo pisado

pés descalços, mãos vazias

ombros encurvados no cais do mundo.

Palavras atiradas ao vento

no sonido estridente do trem que parte

sem estação de chegada.

LÍVIA M MASCARENHAS
Enviado por LÍVIA M MASCARENHAS em 21/09/2022
Código do texto: T7611292
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