Tristesse

É por visitas várias

Dos sonhos.. e das vidas idas

Das cousas lindas e partidas

Das talagadas dos risos

Que meu peito não olvida

Eu fico um quê de perdida

Com a alma cheia de almas

Almas subidas

E me perco no mutismo

No mais abissal porto do abismo

Num caminhar lento..silente e preciso

Penso e vejo poeiras

Casinhas e precatinhas

Luzes ao tão longe

Que alcançar...não consigo...

É longe..longe..que minha alma vai

Não para nem se retrai...

Entra nas matas escuras

Nos rios...profundas funduras

Nenhuma lágrima cai

Para curar tanta lonjura.

Deito a cabeça no colo

Daquela Paulista sem solo

Que me gerou em seu ventre

No abraço noturno ao grande

Homem valente...

.

Nada é nada.

Nunca existiram

As espigas doiradas...

Nem o sol nem o arrebol...

Volto dos rios..sem peixes

Ouvindo a passarada

Num desejo de ser só

De ficar bem calada...

Até me despedir

Dar adeus e subir

Com o saber distinguir

O meu tudo...e o meu quase nada...

Dorothy Carvalho.

Goiânia, 6 do 6 de 2016

Dorothy Carvalho
Enviado por Dorothy Carvalho em 11/09/2022
Reeditado em 05/02/2024
Código do texto: T7603345
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