Tristesse
É por visitas várias
Dos sonhos.. e das vidas idas
Das cousas lindas e partidas
Das talagadas dos risos
Que meu peito não olvida
Eu fico um quê de perdida
Com a alma cheia de almas
Almas subidas
E me perco no mutismo
No mais abissal porto do abismo
Num caminhar lento..silente e preciso
Penso e vejo poeiras
Casinhas e precatinhas
Luzes ao tão longe
Que alcançar...não consigo...
É longe..longe..que minha alma vai
Não para nem se retrai...
Entra nas matas escuras
Nos rios...profundas funduras
Nenhuma lágrima cai
Para curar tanta lonjura.
Deito a cabeça no colo
Daquela Paulista sem solo
Que me gerou em seu ventre
No abraço noturno ao grande
Homem valente...
.
Nada é nada.
Nunca existiram
As espigas doiradas...
Nem o sol nem o arrebol...
Volto dos rios..sem peixes
Ouvindo a passarada
Num desejo de ser só
De ficar bem calada...
Até me despedir
Dar adeus e subir
Com o saber distinguir
O meu tudo...e o meu quase nada...
Dorothy Carvalho.
Goiânia, 6 do 6 de 2016