Arremos murchos
de saudades,
e louca opção
pelo passado
já tão distante
me arrimam a vida!
Se espelhos me cobram
o que não tenho,
que perdi,
no amargo espaço,
sofro agora da falta
de uma estrela de três
dores, e nenhuma ranhura.
Sou dentro do nada,
no vazio da bolha,
do instante,
em que me disseram,
procura sua vida
dentro de minha vida.
Foi rosada,
foi de brilho.
Foi cor de breu
azulado.
Hoje vivo de saudades amadas
que rebuliçam
a criança
que não cresceu,
o jovem que era adulto,
e quando cresceu
viu que ainda era
uma plena criança,
a procura de
brinquedos
impossíveis
de achar.
Se me chameiam
é porque sou de palha
e morro no fogaréu
do colosso
que a saudade
constrói dentro da gente.
E procuro os espelhos,
num deles,
moro eu eu,
num deles,
morro por eles !
sinto!