Communis

Eu me perco no meu desejo

Logo após jurar que nunca mais faria isso

Volto a pecar como se em uma missa de sétimo dia

Voltasse a minha gula anterior amplificada pela abstinência

Toda a química inconstante

Que a terra absorve e transforma

Com pesares a presença que se alonga

Eu sou o mensageiro por fora de minha pele

Toda a dança desta era fora lapidada

Premeditada para a lápide

Ainda que a descrição seja um culto oculto

Há seus deuses e senhores espalhando o dever

O transe da estética do que decompõe o silêncio

Atraí particularmente o meu comício de vagalumes

Afasta toda e qualquer crença sólida

Quem enxertaria o caos delirante em suas veias?

O resto de bacantes me deseja

Mas sua pulsão é mais sobre pertencer

Conheçam seu nome, sua textura, seu cheiro,

Suas feições e a causa de seu esgotamento

Caçar um corpo na cidade sem rosto

Onde toda a blasfêmia diz 'dance' e você recusa a gentileza

Terra ímpar e pálida onde todas as logomarcas

São vampiros em sua jugular, arrancando um pouco dos teus anos

Eu quero ter olhos derretendo em meus dedos

Como sóis em verões tardios me abençoando

Que a noite se embriague de minha perspectiva

Sonha meus suspiros como um caminho de alívio

E ele era tão fascinaste como um três de ouros

Tão perverso como um cavaleiro de copas

Tão visceral e acolhedor como o diabo

Tão solene como a morte

Pierrot Ruivo
Enviado por Pierrot Ruivo em 28/08/2022
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