AINDA ASSIM
AINDA ASSIM
Há tanto tempo escrevo
E falta com quem conversar,
A timidez não é tanta,
Sempre procuro, não acho
Quem entenda o meu versar.
Declamando nas montanhas
Ou buscando eco no mar,
Os poemas vão surgindo
Sem ter com quem contracenar,
Pena e papel sentindo.
Telas em letras mostradas
E poucos querendo olhar,
Indiferença notada
Deixa papel desbotado
E escrito acanhado.
Quem me gosta até gosta
Do que teimo em escrever,
O que sinto vai pro papel
Em rimas pintando o viver,
Sem ser difícil entender.
O poema quase pronto
E não tenho a quem mostrar,
Poeta contando conto
Que talvez não queiram ouvir;
Talvez seja sempre assim:
Eu, escrevendo para mim.