COMETA ALADO
Vamos mergulhar num sonho reluzente
Forçar as rosas a terem reverência
Cheio de magmas de um tufão quente
Calor humano, sem intermitência.
Vamos jogar os versos fora
E do papel fazer confetes
Pular e saltar sem demora
Botar fogo nos joanetes.
Vamos caminhar sobre uma linha
Onde o que cai flutua sobre o ar
Cantar, extravasar com a farinha,
Que é do mesmo saco de laranjas do pomar.
Pular, cantar, saltitar,
No mar, no ar, no espaço sideral
Burlar, pela via Láctea passear
Nunca vi nada tão surreal
Vai borboleta voraz, feroz
Vai tigre sensível e saciado
Corre jaboti veloz
E alcança esse cometa alado.
E traga ela de volta pra mim,
Pois acho que estou ficando louco.