AUSPÍCIOS DOS ANJOS
Que tanto querer o que se vê?
Nesta loucura de te merecer.
Uma vez mais, eu busco você,
Mas nem de perto tenho,
O teu essencial para continuar a viver.
Cadências entoam em mim,
Quando não consigo elucidar,
Aquele seu jeito raiz,
De quem, porventura, deseja ser.
E o silêncio das flores,
Mostram-me as perfumarias,
Que sinto por verbos e amores,
Dos auspícios dos anjos.
E quais são elas, de fato?
Os intempéries dos quais surgem,
Ou simplesmente um destino que consome,
Todas as vezes em que o torpor,
Faz-me lacrimejar diante de seu rosto,
A qual imagino estar no meu tempo,
E que providencialmente se remete.
Então, tenho no que se refere,
Ao interior que a casa possui,
Cuja lacunas me entorpecem,
Quando bebo do vazio,
A qual deixaste aqui!
Eis o fenômeno sísmico,
Carregando tudo que existe, e,
Naquele intenso desengano,
É a ti que anseio poder descobrir,
Ainda em circunstâncias tão pequenas.
12/07/2022 (POEMA n.2.907 e número 52 de 2022).