A dança dos ossos cruzados
Eu com a mão,
você com o pé,
dançamos a sintonia,
ínfima da morte.
Vestidos de debutantes,
na nossa festa de despedida,
festa pós vida,
sopro de vida.
Pensando em reencarnar,
ter a Loucura de novo,
no inferno,
Terra.
Vamos comer fígados hoje,
sua cabeça está fria demais,
melhor me dar sua mão,
e vamos dançar.
Dois a frente,
três atrás,
eu giro,
você gira e salta.
Só não pode cair,
se não vai viver,
de novo e,
de novo.
Infelizmente é sempre isso,
morrer e reencarnar,
canto nessa festinha,
de debutantes mortos.
Dancem,
mexam seus esqueletos,
se saciem,
seus poços de ossos.
Dançado nessa festinha,
salgadinhos podem pegar,
de novo crianças podem ser,
sem o pecado de ser.
Alegrem- se,
falaram que essa turma,
não vai felizmente,
reencarnar.
Então vamos aproveitar,
vocês não tem uma vida pela frente,
não tem com o que,
se preocupar.