A dança dos ossos cruzados

Eu com a mão,

você com o pé,

dançamos a sintonia,

ínfima da morte.

Vestidos de debutantes,

na nossa festa de despedida,

festa pós vida,

sopro de vida.

Pensando em reencarnar,

ter a Loucura de novo,

no inferno,

Terra.

Vamos comer fígados hoje,

sua cabeça está fria demais,

melhor me dar sua mão,

e vamos dançar.

Dois a frente,

três atrás,

eu giro,

você gira e salta.

Só não pode cair,

se não vai viver,

de novo e,

de novo.

Infelizmente é sempre isso,

morrer e reencarnar,

canto nessa festinha,

de debutantes mortos.

Dancem,

mexam seus esqueletos,

se saciem,

seus poços de ossos.

Dançado nessa festinha,

salgadinhos podem pegar,

de novo crianças podem ser,

sem o pecado de ser.

Alegrem- se,

falaram que essa turma,

não vai felizmente,

reencarnar.

Então vamos aproveitar,

vocês não tem uma vida pela frente,

não tem com o que,

se preocupar.

Dragomir
Enviado por Dragomir em 30/06/2022
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