Cheio de dedos


Faltam-me dedos em tuas teclas.
És aquilo que se faz sentir
Permanente letras de um despertar.

Estou te seguindo mesmo que distante
E se ouço um suspiro, sinto a loucura
Tua ausência se faz em paroxítonas
Tenho consonoantefobia
Teu beijo descreve soluços.

Ainda tenho versos a dizer-te.
Parece que o céu lampeja teu nome.
Queria ter o mineumonico mais doce.
Vagalumes não se lêem a noite.

Escrevi teu nome neste meu barquinho
Soltei tua vida contra minha correnteza
Misturei em versos, retratei distancias.

Sou eu que a ti te chama.
Mesmo que dentro de ti só existo
Sou eu que me sinto ausente
Ausência que se faz de mim mesmo.