TEMPO
Tempo,
Traga-me as tardes perfumadas,
Num abraço do seu viver!
A lógica absteve-me de inspirar e
No seu peito quero sonhar!
A saudade circula pelas veias em
Densas vontades azuis pelo céu!
Hoje, absorta de mim, perambulo só,
No caminho gris da solidão!
Real é a vida como a morte!
Mesmo sem querer caminho
E, o sol passa sem disfarce
E, ao meu alcance, toda a baía!
No banco verde da varanda sento
Sinto o coração acalmar!
Horizonte longe parece findo,
Na minha febre... um piano,
Música no ar!
O destino, o silêncio e o tempo
Marcam tudo e fica o sentido.
Afloram, esmaecem a cor das flores e,
Para que sonhar se depois
Volta a escurecer?
Vida breve na inércia do tempo.
Vontades visíveis e sensíveis circulam,
Pairam no âmago do sentimento, calam!
Soar da música, de um piano, no ar!
Qual sentido?
Tempo e sonho,
Apagar da luzes,
Enfadonho tempo,
Tempo breve...
Vácuo profundo!