Estátua
Uma apatia permanente
Uma saudade do que ainda não se foi
A nostalgia do que não vivi
A minha paternidade solitária
As lágrimas afogam minha alma
Mas não posso abrir as comportas
Em nome de uma força
Que nem sequer sei se tenho
Sorrisos e falas motivacionais
Espírito jovial energético
A máscara necessária para sobreviver
Mas, para quê?
O abandono me pressiona a cada dia
Não sei onde ou em que me procurar
Muito menos me amparar
E a reclusão me acolhe
Nem mesmo os banquetes
Me apetecem
E as migalhas que ofereço
Nem aos pombos apraz
Como as estátuas às praças
Me ofereço aos transeuntes
Mas atraio a pontaria
Do desprezo à minha história
Só queria ganhar vida
E caminhar a passos firmes
Na direção do que causa
A felicidade no rosto das pessoas