Noites frias

Noites frias,

A cama quente.

Embriaguez do sono aliada ao cansaço.

Deixo-me levar pela dor da alma.

O acalanto do seu cheiro,

As memórias de um dia feliz;

Acabo em desatino.

Percebo que minha felicidade era fruto de um amor,

Um amor canhestro e vívido.

Os sonhos se repetem,

O enredo compartilha a profunda tristeza

Com a fugacidade de uma tímida alegria.

O tempo é precioso – é pouco.

Tento não acordar,

Mas é preciso me encarar.

A tina se repete.

Outro dia sem seu carinho, sem seu amor.

Tudo se torna frívolo,

A razão passa ao deleite da emoção.

Encontro-me descoberto;

Nada tenho a me esquivar.

Estou de peito aberto!

Dar-lhe-ei meu coração.

Não duvido do amor;

Sem ele não confio.