No seco laivo da vida

O tempo perdido vaga

E retorna, lento, tardio

E afaga

Amargo

Cruel.

De um regalo ao vento

Há uma alma no abismo

Remoendo um passado

De um sonho meio vazio

De um sentimento forte

Tão caro e franzino.

Vem aí uma anafada

Uma solidão aferrada

Que se encobre na calada

Se aguça-a-madrugada

E me apodrece

A cada hora que passa.

E nos risos sem escrúpulos

Nas verdades mal-ditas

Nos abraços sem afagos

Nas caladas investidas

Corre solto realejo

Em que toca a caminhada

Onde um sonho se cala

Sem testemunhar uma só fala.

Dmitry Adramalech
Enviado por Dmitry Adramalech em 27/04/2022
Código do texto: T7504385
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