110°
Plantar é um ato de amor
Amar é saber cultivar o amor
Quando estamos feridos
O novo parece igual ao velho
Estamos sempre com medo
Isso atrapalha todo recomeço
Toda revolução se faz com perdas
E um coração doente precisa ser curado
Mas é preciso paciência nisso
Quando ficamos muito tempo sozinho
Apreciamos a paz que a solidão traz
Então quando mergulhar em mares
Verifique se o outro pulo no mesmo mar
É ruim demais se abrir para alguém
Que alimenta os fantasmas do passado
Se soubéssemos valorizar o momento
Estaríamos sempre bestificados
E querendo sempre o presente
Mas temos traumas mal tratados
Que insistem em atrapalhar o belo
A pior versão de alguém
É aquela que ela não deixou de ser.
Otreblig Solrac - O poeta burro