FOLHA AO VENTO
Não sou protagonista de mim,
Vivo alheio caminhando pelo tempo,
Nômade tal qual folha ao vento,
Esperando que a dor chegue ao fim.
Vejo o amor como figurante,
Em primeira cena, a solidão,
Que fez refúgio em meu coração,
E inerte, olho o envelhecer no meu semblante.
Não roteirizei meu destino,
Os algozes em meu caminho,
Não os criei, são invasores.
Quando, não mais caminhar por esta terra,
Adjetivem-me como andarilho poeta,
Que navegou pela vida, envolto em dores.