Tempestade

Chuvas torrenciais caiam pesadamente

Alagando os meus passos

Não via meus pés

Não enxergava o chão

Onde andei

Onde pisei

Não via o caminho

Em um mar de mentiras

Me afoguei no engano

Procurei auxílio

Uma saída

Mas cada gota pesada

Fustigava a pele

Já castigada, marcada , tão fria

O vento forte soprava

Como navalha cortante

O ar gelado me feria

Caminhava sem sair do lugar

Afundando na tempestade

Gritei sem voz

Sufoque o grito

Chorei sem lágrimas

Por um ombro amigo

Desperto nadei

E em cada braçada cansado

Sucumbi

Ao medo de me entregar

As mentiras que pairavam em minha mente

Como se de fato, pudesse enxergar

Que crer nelas a tornavam verdadeiras

Não sabia quem mais eu era

Não sabia o que de fato eu era

Eu só me afogava

Afogava

Crendo nas mentiras que eu mesmo contava

Crendo em uma mente que a mim mesmo enganava

Ela me fazia ver a chuva

Enquanto na verdade

Raiva o sol

Ingrid Vale( Instagram sublimepalavras)

Ingrid Vale
Enviado por Ingrid Vale em 21/04/2022
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