Tempestade
Chuvas torrenciais caiam pesadamente
Alagando os meus passos
Não via meus pés
Não enxergava o chão
Onde andei
Onde pisei
Não via o caminho
Em um mar de mentiras
Me afoguei no engano
Procurei auxílio
Uma saída
Mas cada gota pesada
Fustigava a pele
Já castigada, marcada , tão fria
O vento forte soprava
Como navalha cortante
O ar gelado me feria
Caminhava sem sair do lugar
Afundando na tempestade
Gritei sem voz
Sufoque o grito
Chorei sem lágrimas
Por um ombro amigo
Desperto nadei
E em cada braçada cansado
Sucumbi
Ao medo de me entregar
As mentiras que pairavam em minha mente
Como se de fato, pudesse enxergar
Que crer nelas a tornavam verdadeiras
Não sabia quem mais eu era
Não sabia o que de fato eu era
Eu só me afogava
Afogava
Crendo nas mentiras que eu mesmo contava
Crendo em uma mente que a mim mesmo enganava
Ela me fazia ver a chuva
Enquanto na verdade
Raiva o sol
Ingrid Vale( Instagram sublimepalavras)